"Este homem acolhe os pecadores e come com eles". Assim definem Jesus os fariseus e os escribas. Se não fosse por murmuração, até podíamos dizer estar perante um elogio de alguém que não faz acepção de pessoas. Mas sabemos que não é assim. Porque criticam estes homens as atitudes, os gestos e as palavras de Jesus? Porque é que acolher e partilhar a mesa é tão grave?
Porque Jesus desconstrói o deus feito pelos critérios, pelos valores e pelas leis humanas. Historicamente os fariseus não eram más pessoas, eram religiosamente comprometidos e observantes da lei de Deus, dada por Moisés; eram contra o poder discriminatório do império romano; estavam bem próximos das populações e das suas misérias; sentiam-se guardiões da pureza do judaísmo. O que Jesus lhes traz é uma novidade, é algo que eles não conhecem: Deus. Um Deus que verdadeiramente não conheciam; um Deus que era justo, mas eles confundiam justiça com castigo e vingança; um Deus que era grande, mas eles confundiam grandeza com distância inacessível; um Deus a quem criam defender a honra e a santidade, mas que a Sua única preocupação era procurar o que estava perdido e alegrar-se com o reencontro.
Os pontos comuns nestas três parábolas definem o modo de actuar do Deus de Jesus Cristo: perder-se, procurar e alegrar/fazer festa. Ele procura a salvação, a libertação dos seus filhos que se perdem nos montes e nos vales escarpados da vida, nos recantos esconsos da nossa consciência, nas aventuras de adolescências sempre inacabadas. Ele está sempre pronto a recomeçar e a alegrar-se com a felicidade, o sentido, a realização dos seus filhos. Ele deseja que nenhum se perca, procura cada um no seu dia-a-dia e alegra-se e faz festa com quem quer recomeçar.
O contraste é evidente: de um lado a murmuração (fariseus, escribas, irmão mais velho) que se coloca de fora da alegria, que se agrilhoa à censura, à critica, à condenação. Deste lado estão os que se não conhecem, que se julgam justos, que em nome de um deus (que não conhecem e que não é o verdadeiro porque é um deus que exclui, logo não pode ser deus) separam, abandonam, expulsam e entristecem. Do outro lado, está a alegria do céu, a alegria que chama os outros, que acolhe, que partilha, que se abre ao outro e partilha a sua felicidade. Uma alegria que tem as portas abertas da liberdade que é convite a quem quer descobrir o coração de Deus. Nesta alegria entram os que se descobrem e aceitam necessitados, os que se percebem como membros de um povo frágil, os que se conhecem e reconhecem como irmãos de um Pai comum sempre prontos a que estendermos as mãos uns aos outros (ao contrário dos dois irmãos da parábola que nunca falam um com o outro).
Que quem está longe deste Pai saiba (por nós cristãos) que Ele o espera carinhosa e amorosamente, sempre, de portas abertas. Que quem está em casa (nas 99 no deserto, como o irmão mais velho) não se distraia nem se esfrie e tenha tudo preparado para o regresso do irmão: coração quente e aberto, mesa fraterna posta, sinfonia convivial preparada, alegria sincera porque o Pai está connosco, mas incompleta porque nos faltam muitos irmãos. Só assim seremos a Igreja de Cristo.
Porque Jesus desconstrói o deus feito pelos critérios, pelos valores e pelas leis humanas. Historicamente os fariseus não eram más pessoas, eram religiosamente comprometidos e observantes da lei de Deus, dada por Moisés; eram contra o poder discriminatório do império romano; estavam bem próximos das populações e das suas misérias; sentiam-se guardiões da pureza do judaísmo. O que Jesus lhes traz é uma novidade, é algo que eles não conhecem: Deus. Um Deus que verdadeiramente não conheciam; um Deus que era justo, mas eles confundiam justiça com castigo e vingança; um Deus que era grande, mas eles confundiam grandeza com distância inacessível; um Deus a quem criam defender a honra e a santidade, mas que a Sua única preocupação era procurar o que estava perdido e alegrar-se com o reencontro.
Os pontos comuns nestas três parábolas definem o modo de actuar do Deus de Jesus Cristo: perder-se, procurar e alegrar/fazer festa. Ele procura a salvação, a libertação dos seus filhos que se perdem nos montes e nos vales escarpados da vida, nos recantos esconsos da nossa consciência, nas aventuras de adolescências sempre inacabadas. Ele está sempre pronto a recomeçar e a alegrar-se com a felicidade, o sentido, a realização dos seus filhos. Ele deseja que nenhum se perca, procura cada um no seu dia-a-dia e alegra-se e faz festa com quem quer recomeçar.
O contraste é evidente: de um lado a murmuração (fariseus, escribas, irmão mais velho) que se coloca de fora da alegria, que se agrilhoa à censura, à critica, à condenação. Deste lado estão os que se não conhecem, que se julgam justos, que em nome de um deus (que não conhecem e que não é o verdadeiro porque é um deus que exclui, logo não pode ser deus) separam, abandonam, expulsam e entristecem. Do outro lado, está a alegria do céu, a alegria que chama os outros, que acolhe, que partilha, que se abre ao outro e partilha a sua felicidade. Uma alegria que tem as portas abertas da liberdade que é convite a quem quer descobrir o coração de Deus. Nesta alegria entram os que se descobrem e aceitam necessitados, os que se percebem como membros de um povo frágil, os que se conhecem e reconhecem como irmãos de um Pai comum sempre prontos a que estendermos as mãos uns aos outros (ao contrário dos dois irmãos da parábola que nunca falam um com o outro).
Que quem está longe deste Pai saiba (por nós cristãos) que Ele o espera carinhosa e amorosamente, sempre, de portas abertas. Que quem está em casa (nas 99 no deserto, como o irmão mais velho) não se distraia nem se esfrie e tenha tudo preparado para o regresso do irmão: coração quente e aberto, mesa fraterna posta, sinfonia convivial preparada, alegria sincera porque o Pai está connosco, mas incompleta porque nos faltam muitos irmãos. Só assim seremos a Igreja de Cristo.
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